Friday, May 18, 2007

Decidir cansa!

Já repararam na quantidade de decisões que necessitamos de tomar por dia? Há dias em que sinto que não quero decidir mais nada... até ao momento que tenho mesmo de o fazer!

Logo a seguir à cena da casa de banho o personagem comenta: "entrei na casa de banho e tentei reflectir sobre a decisão a tomar, tanto mais que uma parte de mim mesmo desejava esquecer tudo". Engraçado... quando estou mais cansada e preciso de tomar uma decisão, tento reflectir sobre esta mas uma parte de mim pensa "quem dera não ter de decidir"!

Apesar de tudo, sei que este é um pensamento falso porque aprecio por demais a liberdade e o poder que tenho para tomar decisões... umas melhores do que outras!

Denis, o Irlandês... impossível não pensar nele! Tenho a sorte de ter partilhado esta história contigo e hoje quando penso nele já não o consigo ver somente como uma figura caricata e cómica. Quando penso no Denis relembro as palavras que nos disse no final da viagem e na forma como nos agradeceu por algo que não demos conta ter feito! Nunca pensaste no que fizemos para que ele nos agradecesse? Eu por vezes tento mas desisto de encontrar uma resposta porque se calhar não é para existir resposta. Nós fomos para ele o mesmo que muita gente que já se cruzou na minha vida foi para mim.

Relembro um caso...
Em 2003, cruzei-me com alguém que estava num parque perto da praia a lançar um papagaio. Parei junto a ele, divertida com as manobras que executava quando de repente perguntou-me se não queria lançar também. Desde aí, já comprei o meu papagaio e motivei dois outros amigos a comprar o seu. Sinto-me feliz quando o vou lançar ao vento da praia, quando cai por terra e mesmo quando não levanta por azelhice minha! Nunca mais falei com o rapaz do papagaio apesar de ter o seu contacto. Porquê? Porque ele fez o que tinha a fazer por mim!

A minha decisão de ter ido à praia naquele dia frio e cinzento mudou para sempre a minha vida... mas essa foi uma decisão fácil de tomar!

1 comment:

R said...

Não sei porquê mas sinto-me identificado com este post, eheheh. Afinal já o descobri. Quando disseste que me tinhas referido no teu blog, não pude conter a curiosidade e tive de o lêr até a encontrar e... cá está ela!!! Realmente é incrível como um simples papagaio, numa simples e comum praia, num corrente dia de inverno mas sem dúvida, com uma óptima companhia, pode mudar a vida de qualquer pessoa. Parece estranho mas o facto de conseguir pôr um papagaio lá no alto, faz-nos voar a nós mesmos, faz-nos subir até às alturas, e sentir-nos livres, sem limites, nem que seja por uns breves segundos... E queiras ou não, há uma grande semelhança entre o papagaio e a vida de cada um. Quando o papagaio cai, depois desses segundos de liberdade e alegría, sentimo-nos um pouco desiludidos por não conseguir deixá-lo lá em cima por mais tempo, no entanto, a primeira coisa que fazemos quando cai é voltar a tentar, uma e outra vez até melhorar. O mesmo devia acontecer no dia a dia: devíamos viver sempre com a coragem de levantar-nos depois de cada erro, depois de cada queda e, acima de tudo, reconhecer que somos limitados, que ainda não somos uns profissionais do "kite" e que só através de esforço e dedicação é que vamos aprender. Por isso, sempre que o teu papagaio cair, volta a tentar, porque "Se viras as costas à meta, nunca a alcançarás". Como não podia deixar de ser, tinha de deixar uma referência a uma das fontes da minha inspiração, Santo Agostinho. Um beijo grande para ti e para a Catarina ;)